Santa Catarina, 10 de outubro de 2024 – A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Divisão de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI/DEIC), deflagrou hoje a Operação BitTrack, uma ação coordenada para desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias em gerenciadores financeiros. A operação contou com o apoio da Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado e do Laboratório de Operações Cibernéticas da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, bem como das Delegacias Especializadas da DEIC: DLAV, DPDM, DCAC, DFRV, DFRC, DD, LAB-LD e DRAS, além das Polícias Civis dos Estados do Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Roraima, Bahia, Pará, Maranhão e Goiás.
A investigação revelou que os valores subtraídos tinham origem em uma prefeitura de uma cidade de Santa Catarina e foram repassados para criminosos operando em outros Estados, com o objetivo de financiar atividades ilícitas.
Durante a operação, foram cumpridos 64 mandados de busca e apreensão em 13 diferentes Estados brasileiros, restando apreendidas diversas hardware wallets, apreendidas Seed Phrase (ou frase semente) que possibilitaram a recuperação de carteiras criptos através da ferramenta Reactor da Chainalysis possibilitando o acesso e transferência de criptomoedas no valor de aproximadamente USD 2.000,00 para a carteira institucional da PCSC na Exchange Foxbit.
Foram também apreendidos R$ 310.000,00 em espécie, que resultaram na prisão em flagrante de dois investigados pelo crime de ocultação de valores, nos Estados do Mato Grosso e Paraná.
A organização criminosa utilizava contas de laranjas para converter os valores subtraídos em Bitcoins, transferindo esses ativos digitais para carteiras privadas na blockchain, dificultando o rastreamento e ocultando a origem ilícita dos recursos. No entanto, graças ao uso da ferramenta de rastreamento e inteligência de blockchain da Chainalysis, a DRCI foi capaz de rastrear os Bitcoins até os endereços de carteiras pertencentes à cúpula da organização criminosa.
As medidas judiciais adotadas incluíram:
• Indisponibilidade de veículos
• Bloqueios de contas bancárias
• Bloqueio de criptoativos
• Sequestro de bens e valores
• Apreensão de dispositivos informáticos, que serão submetidos à perícia para aprofundar as investigações.
A cúpula da organização criminosa (ORCRIM) é composta por indivíduos que já possuem condenações por crimes semelhantes aos investigados na Operação BitTrack, tais como:
• Invasão de dispositivo informático
• Furto mediante fraude
• Lavagem de capitais
• Organização criminosa
A Operação BitTrack é um exemplo de atuação conjunta das forças de segurança pública e inteligência, utilizando tecnologia avançada e estratégias integradas para combater o crime organizado. A colaboração entre a Polícia Civil de Santa Catarina, a Coordenação Geral de Combate ao Crime Organizado, e o Laboratório de Operações Cibernéticas demonstra o compromisso em proteger o sistema financeiro e as instituições públicas e privadas contra atividades ilícitas.