As transformações contínuas na indústria musical vem moldando não apenas o mercado, mas também a experiência dos consumidores e o papel das plataformas digitais de distribuição. Nos últimos anos esse setor ainda demonstrou uma habilidade notável em se adaptar às mudanças dinâmicas que enfrenta, por isso, confira quais são as principais tendências que irão redefinir a maneira como iremos vivenciar a música nos próximos anos.
Grandes shows
De acordo com o empresário Jeff Nuno, CEO da Lujo Network, o período pós-pandemia mostrou-se altamente lucrativo para a indústria musical. Após três anos sem eventos, quando a audiência teve que se contentar com transmissões pelo YouTube, o cenário mudou drasticamente. De acordo com dados da ABRAPE (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos), o setor de eventos não apenas ressurgiu, mas consolidou-se como o principal gerador de empregos no Brasil em 2023, registrando um crescimento de quase 47%. Festivais como o Lollapalooza e MITA fizeram sucesso com shows como de Demi Lovato, Rosalía e Sabrina Carpenter. As turnês internacionais surpreenderam, com artistas renomados como Taylor Swift, Paul McCartney, The Weeknd e RBD passando pelo país. Cantores nacionais como Marisa Monte, Thiaguinho e Jão também tiveram destaque lotando estádios. Esses eventos irão se fortalecer ainda mais este ano com nomes como SZA, Blink-182, Paramore, Sam Smith, Dove Cameron, Imagine Dragons, Ed Sheeran, Louis Tomlinson, Jonas Brothers, Simple Plan e Airon Maiden pisando em terras brasileiras
Mistura de gêneros e idiomas
Novos gêneros musicais vem atraindo cada vez mais os brasileiros, isso porque de acordo com o especialista, a diversidade cultural já deu origem a experimentações únicas, como o brega funk, e misturas de Eletrônica, Funk e Piseiro. “Esses novos gêneros estão conquistando até o grande público, prometendo remodelar segmentos tradicionais. A colaboração entre artistas sertanejos e funkeiros tende a se tornar mais comum, e o funk, com uma pitada de POP, ganha destaque com cantoras como Luísa Sonza e Anitta, ampliando ainda mais as fronteiras da música brasileira. Essa fusão de estilos não só reflete a diversidade cultural do país, mas também abre caminhos para uma cena musical mais eclética e dinâmica”, destaca o CEO.
Jeff também afirma que a colaboração global entre artistas será ainda mais impulsionada em 2024 pela conectividade digital. “A facilidade de compartilhar ideias ultrapassa fronteiras, resultando em faixas que refletem uma rica diversidade cultural. Essa tendência oferece aos ouvintes uma experiência mais inclusiva, onde influências de todo o mundo se entrelaçam, criando músicas que transcendem fronteiras físicas e culturais”, finaliza.
Crescimento do streaming
Para Jeff, o aumento de produtos adicionados diariamente nas plataformas é notável, com previsão para dobrar até 2024. “A democratização da produção musical irá cada vez mais proporcionar a artistas emergentes a oportunidade de distribuir suas músicas. A tendência é que os consumidores se tornem também criadores, intensificando ainda mais a competição. Além disso, o Spotify está adicionando clipes musicais na plataforma, gerando uma competição direta com o YouTube e ampliando ainda mais a diversidade de conteúdo disponível nas plataformas de streaming. Este movimento promete transformar a experiência do usuário, oferecendo uma gama mais ampla de opções de entretenimento” ressalta o empresário.
Conteúdos para fanbases
Segundo Nuno, em meio à vasta oferta de conteúdo, a capacidade de envolver ouvintes por meio de narrativas e estabelecer conexões torna-se ainda mais essencial. Ele destaca exemplos como os fãs de Taylor Swift, que confeccionam e trocam pulseirinhas de amizade durante os shows e incorporam figurinos de clipes e roupas temáticas. A artista foi a mais ouvida do ano no Spotify, e isso se deve à construção de uma relação próxima com o público. Ela lança easter eggs sobre novos álbuns em entrevistas e cria charadas para que os fãs resolvam juntos, fazendo com que se sintam parte de algo especial, “Oferecer experiências como meet & greet e conteúdos para fãs serão estratégias que artistas adotarão cada vez mais. Um exemplo disso foi a visita de Beyoncé na première do seu filme no Brasil. A artista apareceu de surpresa, criando buzz nas redes sociais. Quem mora no Brasil, mesmo não assistindo os shows da Renaissance Tour, se sentiu lembrado”, acrescenta.
Inteligência Artificial
A inteligência artificial (IA), mesmo com a regulamentação incerta, assumiu um papel de destaque no ano passado e assumirá um espaço ainda maior este ano, especialmente com a clonagem de voz. Com alguns comandos, agora é possível fabricar músicas em questão de segundos. Embora virais como Miley Cyrus cantando “eu vou tomar um tacacá” possam ser engraçadas, surgem dúvidas sobre os limites éticos. “No entanto, a inteligência artificial também traz aspectos positivos. A ênfase em conteúdos humanos e mais autênticos tende a ganhar mais valor. Além disso, a IA pode desempenhar um papel na recuperação e aprimoramento de músicas, como evidenciado no lançamento dos Beatles “Now and Then”, no ano passado.
Sobre Jeff Nuno
Jeff Nuno é especialista e pioneiro em negócios no mercado digital no Brasil, graduado em música e MKT. O empresário mergulhou de cabeça no mercado do streaming e desde o final de 2018, ele passou a gerenciar seus próprios negócios de distribuição digital e expandiu sua área de atuação com escritórios na Espanha, Brasil e Estados Unidos. Atualmente, é uma referência no mercado, dividindo o sucesso com seus clientes que são: artistas, gravadoras e personalidades influentes no mundo digital. Atualmente, Jeff Nuno é dono da Lujo Network.