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O PERIGO DE MANCAR: CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE E SUA SAÚDE VASCULAR

Práticas e benefícios da medicina preventiva com a Dra. Ana Nazário

Olá, leitor Cocal360!

Sabe aquela dor na “batata da perna” (panturrilha) durante uma caminhada?

Pode ser sinal de uma doença vascular.

A claudicação intermitente é um sintoma característico de insuficiência da circulação arterial nos membros inferiores. Consiste em dor muscular que aparece após esforço físico e que costuma desaparecer quando a pessoa para de andar e descansa, mas retorna assim que a pessoa volta a caminhar. Geralmente, a dor localiza-se na panturrilha, mas também pode localizar-se no pé, na coxa, no quadril ou na nádega, dependendo da localização do estreitamento arterial. Numa caminhada, quanto menor for a distância percorrida até o seu surgimento da dor, mais significativa é a doença circulatória.

É preciso estar alerta, porque esse sintoma, muito desconfortável, frequentemente é atribuído a: idade avançada, artrite, artrose, neurites (inflamação dos nervos) ou mialgias (dores musculares).

Com o agravamento da doença, pode ocorrer a formação de úlceras (feridas) nos dedos dos pés ou no calcanhar e, ocasionalmente, nas pernas, sobretudo após um trauma, podendo haver morte do tecido (gangrena), e necessitando em alguns casos de uma amputação se não houver tratamento.

A claudicação intermitente é uma manifestação de doença na artéria periférica pela presença de placas de gordura (ateromas) e, assim, menos sangue e oxigênio chegam aos músculos dos membros inferiores, o que causa a dor. Esse processo relaciona-se com: hipertensão arterial, diabete melito, tabagismo, colesterol elevado e história familiar, e atinge cerca de 5% da população brasileira, em especial, os indivíduos na faixa etária dos 55 a 60 anos.

No início, a dor nas pernas costuma desaparecer quando a pessoa descansa ou diminui o esforço da caminhada. Com o agravamento da doença, a pessoa começa a sentir dor depois de andar cada vez menos, mas a dor ainda passa com o descanso. Depois disso, a dor continua mesmo no descanso e piora à noite, obrigando a pessoa a ficar com o pé para baixo ou “pendente” para sentir menos dor caracterizando um estágio já avançado da doença.

Porém, quando a claudicação intermitente aparece em pessoas jovens, isso pode ser um sinal de doenças menos comuns: Tromboangeíte Obliterante (inflamação das artérias relacionada ao uso de cigarros), entrelaçamento da artéria poplítea (alterações congênitas da musculatura da perna) e cisto próximo à artéria poplítea (cisto de Baker).

A base para o diagnóstico correto é o exame clínico (história clínica e exame físico). O Ultrassom com Doppler Colorido arterial dos membros inferiores permite identificar e quantificar a gravidade dos estreitamentos das artérias pelas placas de aterosclerose

 Nos casos em que se pretende realizar uma intervenção cirúrgica, seja de maneira convencional – cirurgia de ponte (bypass) ou endarterectomia – ou de forma endovascular (angioplastia com ou sem colocação de stent), a arteriografia, angiorressonância magnética ou angiotomografia computadorizada deve ser solicitada.

As primeiras medidas terapêuticas devem visar melhorar a circulação nas regiões afetadas.

Há vários tipos de tratamento, e a escolha vai depender da gravidade da doença vascular e de sua associação com outras doenças. De qualquer forma, é fundamental que caso o indivíduo seja fumante, pare de fumar. Os casos mais leves podem ser atenuados com exercícios fisioterapêuticos orientados.

Outras medidas são: utilizar medicamentos para a circulação arterial, controle da glicemia, do colesterol e do peso.

A caminhada é um dos exercícios mais benéficos, porém deve-se caminhar tranquilamente, sem exageros e sob orientação médica.

Muita saúde e até semana que vem.

Ana Nazário

Dra. Ana Nazário CRM-SC 14261/ RQE 11544/ RQE 19776, médica Angiologista e especialista em Doppler Vascular e responsável técnica da Clínica Scan- Diagnóstico Por Imagem e Medicina Preventiva.