A Espatódea, também conhecida como bisnagueira, tulipeira-do-gabão, xixi-de-macaco ou chama-da-floresta é bastante comum aqui em Cocal do Sul, mas o que muita gente não sabe é que a flor da planta é tóxica e letal para algumas espécies de abelhas, beija-flores e outros polinizadores, que são importantes para a perpetuação da flora local.
A planta de origem africana, pode atingir até 25 metros de altura e foi introduzida em solo brasileiro a bastante tempo. Ela tem uma exuberante floração de cor laranja-avermelhada, o que a torna notável e imponente, o problema é o mal que ela traz.
A Diretoria de Meio Ambiente de Cocal do Sul recomenda o corte imediato dessas plantas já existentes e a substituição por mudas nativas. No ano passado a Diretoria publicou uma Portaria (nº 17/23) em conformidade com as leis estaduais (nº 17.694/19), complementada pela de nº 18.323/22, que proíbe o plantio e a produção de mudas da espécie.
“Entendemos que essa planta é nociva aos principais polinizadores e deve ser removida. Nós da Diretoria do Meio Ambiente estamos aqui para oferecer as orientações necessárias. Precisamos da colaboração da população”, destaca a fiscal Natália Maragno e o biólogo Peterson Padilha. Eles explicam ainda que o cidadão pode cortar sua planta por conta própria, mas caso ela seja de difícil acesso ou grande demais, pode procurar a Coopercocal, que tem uma equipe especializada no corte e poda de arvores. A diretoria de Meio Ambiente também tem um canal para denúncias e para tirar dúvidas, que é o telefone/whats: 3447-6035.
Criadores preocupados
Alguns criadores de abelhas sem ferrão de Cocal do Sul estão preocupados com morte das espécies devido as plantas. Sabemos que a planta é bonita, mas a Espatódea pode causar sérios riscos e tem a obrigatoriedade de ser substituída. Por mais que você não plante uma espatódea no seu quintal, se houver no raio de atuação das abelhas essa árvore, isso provocará a mortalidade delas. Geralmente no interior das flores mesmo, presas na armadilha. Mas também porque muitas abelhas vão pegar o pólen da planta, o néctar, e levar de volta para a colmeia e isso provocará mortalidade”, detalha o criador de abelhas Lindomar Maccari.
Conheça a Espatódea
A Espatódea é uma árvore exótica, de origem africana, que foi introduzida no Brasil como planta ornamental. É considerada uma planta invasora de rápida propagação. Pode atingir até 25 metros de altura e, em condições favoráveis, viver até 80 anos. O perigo para os insetos e aves polinizadoras, porém, está em suas flores.
As flores têm o formato de tulipa, e começam a surgir a partir do quarto ano após o plantio, geralmente na primavera e verão. Sua estrutura apresenta numerosos botões que com aberturas sucessivas garantem uma longa floração.
O néctar adocicado e o pólen abundante atrai muitos pássaros e insetos que muitas vezes acabam morrendo no contato com a planta. Isso porque, há a presença de um alcalóide neurotóxico nos botões florais que é transferido para o néctar e pólen das flores, além de uma substância viscosa que prende os insetos que se aproximam da região.
A função dessa substância viscosa, chamada de mucilagem, é proteger os botões e as estruturas reprodutivas no interior da flor, mas acaba se tornando uma armadilha mortal para abelhas e outros pequenos polinizadores, que grudam e morrem.
As abelhas atraídas pelo pólen, tem o sistema nervoso afetado pelo alcalóide e vem a óbito. Os beija-flores também são atingidos. Quando sobrevive, a abelha contaminada leva o pólen tóxico para a colmeia, alterando o processo de confecção de ceras e favos.
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