A união de órgãos municipais e de segurança envolvidos no trabalho de combate à Violência Doméstica e contra a Mulher em Cocal do Sul recebe mais um reforço para traçar um planejamento e estratégias para o melhor o funcionamento da rede no município.
Recentemente, pela Câmara Municipal e de iniciativa das vereadoras Maria Luiza Da Rolt (PP) e Roseny Cittadin Barbosa (MDB), foi realizado um encontro para debater, pontuar e compartilhar informações e necessidades importantes. A ação também fez referência ao Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres e faz parte de ações que integram a bandeira das vereadoras em estar abertas a somar forças para propor políticas públicas em prol da causa.
Como balanço desta reunião ficou encaminhado a criação de um Núcleo contra a Violência doméstica e da Mulher, estratégias de comunicação interna e um formato de avaliações constantes para 2022 para melhorar cada vez mais o funcionamento da rede.
“Durante o encontro buscamos entender o papel e competências de cada seguimento a frente das situações de violência doméstica e contra a mulher, bem como, o funcionamento da rede no município. Pois entendemos que para um trabalho efetivo de combate e solução das inúmeras situações precisamos estar integrados e atuar dentro de uma união entre todos os setores responsáveis, e sempre colocar a vítima em primeiro lugar. Sabemos que temos muitas dificuldades ainda pela frente, mas o engajamento para o funcionamento desta engrenagem é fundamental para avançarmos gradativamente”, aponta Maria Luiza.
Para a vereadora Roseny (Nega) o objetivo enquanto Legislativo é estar ao lado das mulheres vítimas de violência. “Ressaltamos a relevância dessa reunião, pois através dela somamos esforços, nasce assim uma bela parceria entre os setores competentes. Com a formação do núcleo de estudos para tratar da violência doméstica, entendemos que colheremos frutos e será uma vitória para as mulheres Sul-Cocalense e toda a sociedade. A violência doméstica tem consequências que vão além do imediato deixando marcas em muitas esferas da vida mulher, dos familiares, conhecidos e dos filhos, atingindo por exemplo, o desenvolvimento educacional. O mundo que a gente quer não tem violência contra a mulher”, salienta Nega.
Conforme o delegado Marcio Neves, o mais simples e rápido nos casos de violência é o trabalho das polícias que culmina na prisão. Contudo, o que precisa melhor funcionar é o atendimento a vítima. “Muitas vezes ela não tem o que comer, para onde ir, precisa de atendimento psicológico constante e de toda uma questão social, de saúde e educação envolvidos. A polícia é uma das engrenagens. Se a gente só se preocupar com o autor do crime, sem prestar o auxílio devido as vítimas, as consequências do crime se potencializam. Por isso é preciso ter esse olhar global para as coisas fluírem com resultado. Por isso foi de grande valia essa união para que a gente possa melhorar juntos o atendimento, a estrutura e comunicação que são essenciais”, observa.
Durante o encontro foram tratados ainda temas como a preocupação com a violência sexual contra crianças, a violência doméstica que envolve toda a família, as ações já realizadas, agressões físicas contra menores, conflitos familiares usando a criança e os números que assustam. A Polícia Militar apresentou um relatório por meio do atendimento já realizado pelo Programa Rede Catarina, que preocupou os presentes.
“Em Cocal do Sul são em média 40 casos de medidas protetivas a mulheres atendidas em menos de seis meses pela PM. Número bem alto se comparado com a realidade de outros municípios vizinhos. Sem contar que essas medidas são apenas para mulheres que realmente se dispõem a recebê-la, fora a aquelas que sofrem de violência e não denunciam”, alerta o Capitão Tiago Lemos.
Participaram do encontro Capitão Tiago Lemos (Comandante da Companhia de Polícia Militar de Urussanga), Delegado de Polícia Marcio Neves (Comarca de Urussanga), assistente social Patrícia de Lucca Baschirotto (Coordenadora da Assistência Social do município), Sargento Marcelo Pereira Carradore (Comandante da Polícia Militar de Cocal do Sul), Raquel Quarezemin (Secretária de Educação), Glícia Pagnan (Coordenadora de Saúde), Soldado Elaine Benincá Cardoso Da Silva (Rede Catarina PM), Fisioterapeuta Taise Petronilho (Apae), secretária Carolina de Costa Mazzuco (Apae) e as conselheiras tutelares Dalila Martins e Nega Margot.